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Soldado Ferido

  • 29 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Cinco de agosto de 2005, um dos dias mais felizes da minha vida! Foi quando realizei o sonho de ser jornalista diplomado. Naquela data, jurei honrar com a ética, com a luta pela cidadania, pelo social...


31 de agosto de 2023, dia que aos trancos e barrancos virei Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). (Hoje tenho a certeza que OS TÍTULOS não valem nada!!!).


Hoje, quase 19 anos depois, estou cansado, sem forças!


Como um soldado baleado, vejo-me cambaleando em meio à guerra. Clamando para ser salvo ou talvez acabar de sangrar até perder todas as forças (o que não está muito longe). É tudo muito estranho: ninguém vê, ninguém ouve e  ninguém enxerga.


Já não trago o brilho no olhar ao terminar uma escrita, uma narrativa contando mais uma história. Às vezes, tenho a impressão de observar meus colegas gritando (denunciando) e a voz levada para bem longe. E se alguém escuta, finge demência.


Gradativamente assistimos a coisificação do ser humano que morre nos leitos dos hospitais, nas ruas das nossas cidades, dentro de barracos...


Impressiona mais um atropelamento de um animal, que a tortura de uma pessoa  assassinada enquanto dorme; mais até que a maldade de quem brinca transformando pessoas em tochas humanas. E, mesmo sendo uma realidade cada vez mais próximas:  ninguém vê, ninguém ouve,  ninguém enxerga.


A impressão é que as autoridades assistem tudo, dos palacetes, inertes. Preferem fazer festas a fortalecer o sistema de segurança, de saúde pública, as políticas sociais – que só existem para gente importante, de sobrenome forte.


Eles não se importam pelos que dão duro para levar o pão de  cada dia;  ignoram os que morrem de fome lentamente; os que são assassinados, mas não têm família para reclamar.


Sim, estou muito cansado! Mas ainda resta uma reserva de esperança . Ainda sonho com o dia que os órgãos ligados aos Direitos Humanos irão cumprir com a missão recebida. O dia que sairão da inércia e vão lutar por cidadania.


Está tudo muito estranho: ninguém vê, ninguém ouve,  ninguém enxerga!


Anderson Barbosa, jornalista/Que Vem das Ruas.

 
 
 

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