'Que Vem das Ruas' vence Prêmio AMAERJ de Direitos Humanos
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O salão histórico do 1º Tribunal do Júri, no Museu da Justiça, na capital fluminense, foi palco da cerimônia de entrega dos vencedores do 14º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos, promovido pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro. Entre os homenageados, destacou-se o projeto sergipano “Que Vem das Ruas”, vencedor na categoria Práticas Humanísticas.

“Passa um filme na cabeça. Desde 2016, quando tive a ideia de criar o projeto ouço muitas dores, muito sofrimento, mas também perspectivas de vida, alegrias, relatos de pessoas que querem mudar de vida e que, muitas vezes, só precisam de oportunidade. É para essas pessoas que dedico este prêmio. Principalmente para Luiz Maghave, morto pela PM de Sergipe há dois meses e que até agora não temos respostas. Só o silêncio”, declarou emocionado o jornalista Anderson Barbosa Morais, idealizador do projeto.
O evento reuniu desembargadores, juízes, profissionais do Direito, jornalistas, professores, líderes de movimentos sociais, estudantes e Maria Eduarda Acioli, filha da juíza Patrícia Acioli — que dá nome ao prêmio e foi assassinada em 2011 por sua atuação firme na defesa dos direitos humanos.
“Esta é uma premiação que traz visibilidade e incentiva práticas e trabalhos inspiradores. Ações que fazem a diferença para a sociedade devem ser sempre disseminadas para servir de exemplo. A realização do Prêmio ao longo desses anos e a atuação da Magistratura, por meio de decisões judiciais, projetos e iniciativas, ressaltam o comprometimento do Poder Judiciário em garantir a cidadania, os direitos fundamentais e o Estado Democrático de Direito”, afirmou a presidente da AMAERJ, juíza Eunice Haddad.
A apresentação ficou a cargo do jornalista Vinícius Dônola, da BandNews FM, que anunciou a participação especial da Orquestra Maré do Amanhã — patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A instituição atende cerca de 4 mil alunos no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e emocionou o público com sua performance.

Na categoria Trabalhos Acadêmicos, a sergipana Maria Eduarda Machado de Andrade Santos conquistou o segundo lugar com o artigo “Direitos humanos, corpo-território e resistência: a retirada da cidadania de mulheres e meninas indígenas através da violência sexual”.
O texto analisa como a violência sexual compromete a cidadania dessas mulheres e destaca o papel do Estado e dos Direitos Humanos na reconstrução de seus direitos, valorizando o protagonismo das lideranças femininas indígenas.

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