Silvanete enfrenta o roubo dos documentos pessoais e a violência policial
- há 24 horas
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A segunda via da Certidão de Nascimento representa, para dona Silvanete Lima dos Santos, de 51 anos, a retomada da cidadania. Com o documento em mãos, ela acredita que deixará de passar por humilhações.
“Hoje eu sou uma cidadã de bem e de direito. Já fui abordada pela polícia me chamando de vagabunda. Eram 11h40 da noite. Eu não aceitei isso. Porque são brancos? Nós, negros, somos seres humanos”, desabafa.
Em cinco meses dormindo e acordando nas ruas de Aracaju, a mulher natural de Indiaroba(SE) já sentiu o peso da violência enfrentada por quem faz parte dessa população. Há poucos dias, teve os documentos pessoais e os poucos bens levados. “As pessoas que diziam que eram meus amigos é que me roubaram”, completa.
Silvanete conta que é mãe de sete filhos. Dois deles moram na Espanha, um na Itália e outro no Chile — este último é médico do Programa Sem Fronteiras. “Eu tenho família. A gente sempre anda discutindo, brigando, então eu preferi estar na rua. Estou com problema de saúde, com uma enfermidade no pulmão e a perna trincada também”, revela.
Marisqueira desde os 10 anos, Silvanete, que sempre viveu do trabalho das próprias mãos, hoje depende da solidariedade das pessoas e do apoio dos serviços do Centro de Referência Especializado à População em Situação de Rua (Centro Pop) de Aracaju.
“Agora é aguardar mais alguns dias para receber minha identidade nova. Estou super tranquila, não tenho muito do que reclamar da vida. Só peço à justiça divina, às proteções da terra, não só para mim, mas para todos”, conta.



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