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UFS concede Grau de Mérito a sergipano em situação de rua

  • 18 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura



O nome do sergipano Cleiton de Oliveira está na lista divulgada, no dia 18 de abril, pela Pró-Reitoria de Extensão, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com as 44 pessoas aprovadas para o Grau de Mérito Universitário em Saberes e Fazeres e Grau de Mérito Universitário em Artes e Cultura Popular. Cleiton AP, como é mais conhecido, é movido pelo ideal de lutar pela causa dos rostos invisíveis, usando a cultura do hip-hop como um caminho de inclusão para a população em situação de rua.



Aos 44 anos, Cleiton foi escolhido pra receber o Grau de Mérito Universitário em Saberes e Fazeres, concedido a atores sociais que não têm formação acadêmica (estudou até a 5ª Série do Ensino Fundamental), mas detêm competências e reconhecimento social, através da relação com as pessoas mais vulneráveis. Agora, poderá participar de programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão da universidade, além de encaminhar projetos ligas a área de atuação e contribuir como avaliador em bancas de graduação e pós-graduação Lato Senso e Stricto Sensu ou coorientar trabalhos de conclusão de cursos.


“Isso é muito importante, não só para o rapper, mas para a população na situação de rua. Uma vez mais que a população agora possa a ter visibilidade. A ideia é trazer a universidade para a rua e levar a rua para a universidade. Seja através dos cursos como Psicologia, Assistência Social, Direitos Humanos e das oficinas que vamos fazer como grafite, break. Queremos levar as pessoas em situação de rua para algumas palestras, mostrar quem nós somos", disse.

No documento, a Comissão de Grau de Mérito Universitário Especial UFS disse reconhecer "a importância e a relevância das atividades desenvolvidas pelos participantes" e ressaltou "a importância da tradição cultural imaterial para a transmissão do saber e da cultura popular, pilares estruturantes para a fortalecimento da ancestralidade do povo sergipano".


Trajetória na militância


Desde 2015, ele passou a morar nas ruas de Aracaju e atualmente depende de auxílio moradia. “Estou em situação de rua desde 2015. Só vou deixar de ser situação de rua quando tiver uma casa em meu nome. Tenho um auxílio moradia, mas, como já ocorreu outras vezes, se eu perder volto pra onde? Para as ruas”, finaliza.


No ano de 2022, Cleiton assumiu a coordenação de Arte e Cultura do Movimento Popular de Saúde (MOPS), onde nasceu o Coletivo de Rua de Sergipe. Um projeto que tem como meta dar mais qualidade de vida as pessoas que estão em situação de rua através dos seus talentos. “Tivemos uma grande visibilidade se apresentando nas paralisações dos professores. Também fomos chamados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Brasileira dos Trabalhadores (CTB) e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)”, pontua.





Cleiton sempre esteve ligado à luta pela moradia que abrigam espaços abandonados para morar, pleiteando junto aos governos políticas públicas e auxílios para a sobrevivência delas. Entre suas ações, ajudou a desenvolver a Casa Amarela, criada há um ano e meio, em Aracaju. Um espaço que serve diariamente café da manhã e almoço as pessoas em situação de rua. Ele também foi militante do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, em Aracaju. “Desse espaço conseguimos resolver várias demandas, como tirar a carteira de identidade dessas pessoas”, disse.




 
 
 

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