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Papa Francisco - o guardião dos pobres e vulneráveis

  • 28 de abr.
  • 3 min de leitura

O mais próximo que seu Adelson Santos, 72 anos, conseguiu chegar do Papa Francisco foi por meio da imagem na televisão e da fotografia exposta no altar da Catedral Metropolitana de Aracaju na manhã deste sábado, 26 de abril de 2025. Data na qual o mundo inteiro viu pela última vez o corpo do pastor de 88 anos, fiel aos princípios de Jesus Cristo até o último instante. 


Os sapatos surrados e expostos no caixão simples, como há décadas não se via em um velório de um pontífice, eram a ponta do iceberg do amor. O que ele fazia em silêncio, como está escrito nos Livros Sagrados, ganhou notoriedade no mundo inteiro após a notícia, reforçando o lado empático de quem conseguiu viveu a empatia, como lembrou a Arquidiocese de Belém, que durante a pandemia da COVID-19 recebeu doações de respiradores e equipamentos médicos, enviados pelo Santo Padre. 


Ao ser eleito o 266º papa da Igreja Católica em março de 2013, Jorge Mario Bergoglio abriu mão do conforto oferecido aos que recebem a missão de Chefe de Estado do Vaticano e à sucessão de São Pedro. Ele denunciou a “globalização da indiferença” e disse que “gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres” e optou por morar na residência de Santa Marta, um lugar simples dentro do Vaticano, onde deu o último suspiro. Para ele, “a nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas e a colocá-los no centro do caminho da Igreja”. 


Toda essa luta em dar visibilidade às pessoas em situação de vulnerabilidade contribuiu para que o pontífice fosse amado dentro da Igreja Católica, formada por uma legião de pessoas com seu Adelson, ainda sem acreditar na morte do homem que sempre admirou. 

"Nosso coração fica triste porque ele morreu, né? Que Deus o coloque em um bom lugar, porque era uma boa pessoa e ajudava os pobres", disse seu Adelson. Uma figura conhecida, mas, ao mesmo tempo, esquecida por muitos que comungam no altar e se incomodam com o homem da plaquinha, pedindo ajuda para pagar o aluguel da casa onde mora com a família.


No sábado do último adeus ao defensor dos pobres e vulneráveis, Adelson ouviu atentamente a homilia do arcebispo Dom Josafá Menezes, que destacou as obras do argentino amado pelos brasileiros, pelos cristãos católicos e respeitado por evangélicos, representantes de religiões de matriz africana, muçulmanos... e até pelos que não têm credo. 


Francisco seguiu os passos do seu xará e repetiu o mesmo gesto feito há 800 anos pelo outro Francisco: abandonou o luxo e a riqueza para abraçar a pobreza. Sim, o argentino leiloava presentes caros e destinava os recursos a obras sociais — como serviços de lavanderia, barbearia, alojamento e saúde, perto da Casa de Santa Marta, para acolher os vulneráveis. Também distribuiu recursos entre presos e quem mais precisasse. Assim, tocava mentes e corações. 


“Agora, Deus o levou. A morte. Ele auxiliava os pobres e ficamos aqui muito tristes. Já fui lá, orei por ele”, contou o idoso, sentado no chão, aquecido pelo sol forte, sentindo na pele os efeitos da ganância capitalista que desmata o meio ambiente e provoca desequilíbrios climáticos na Casa Maior (o Planeta Terra).


“Construir Pontes, e não muros”. Essas foram as palavras do jesuíta de sorriso fácil, dono de uma generosidade imensa, de um coração que cabia as dores do mundo e a luta pelo direito à terra, ao trabalho, ao teto e à igualdade. Um coração onde pulsa a Justiça Social.


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