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'Janeiro Branco' e as pessoas em situação de rua

  • 10 de jan.
  • 2 min de leitura


Que momentos felizes você guarda na memória? “Quando larguei as drogas, o vício do álcool”, “quando convivia com a minha avó”, “quando saí das ruas e vim morar no abrigo”, “o nascimento dos meus três filhos”...


Estas foram algumas das respostas para a pergunta da coordenadora do Abrigo Freitas Brandão, Kelly Teles, durante a roda de conversa sobre o ‘Janeiro Branco’ realizada na quinta-feira (9). O evento foi no pátio do equipamento social e contou com a participação de cerca de 50 pessoas entre assistidos, colaboradores e convidados.


Janeiro é conhecido como o mês do planejamento. É quando as pessoas costumam traçar meta, objetivos a serem conquistados ao longo dos dozes meses. Isso inclui também as prioridades com a qualidade de vida, a nossa Saúde Mental. Daí veio a ideia do ‘Janeiro Branco’, em 2014, com a preocupação de promover reflexões sobre essa área vital a todo ser humano.


No abrigo, as pessoas em situação de rua contam com segurança alimentar, espaço para dormir, fazer as necessidades básicas e tratar das emoções, percepções e até mesmo lidar com as adversidades comuns na trajetória dos que vivem nestas condições. Um espaço humanizado que serve como porto seguro diante das adversidades de um mundo marcado pela invisibilidade e o abismo social.


Independentemente da crença, ter FÉ em alguma força sobrenatural também ajuda a seguir adiante, a não cair nas “tentações” e a trilhar passo a passo o caminho da ressocialização. No abrigo, alguns usam parte do tempo pra trabalhar na construção civil, praticar esportes e viajar no mundo da leitura através dos exemplares disponíveis na biblioteca.


Quem lida com a invisibilidade social também se torna invisível. E é neste vácuo social que eles se fortalecem, mergulham no autoconhecimento e conseguem ressignificar dores. Os discursos que antes serviam como pedras eles aproveitam para fazer a construção da nova história.


Só dessa maneira voltam a sonhar, a planejar, a valorizar o processo de luta no empreendimento chamado VIDA: “Quero ter a minha casa própria”, “vou reconquistar tudo aquilo que perdi, como a minha privacidade”, “vou superar meus traumas”, continuarei “restaurando minha saúde”, “quero ver minha filha ficar adulta”, “conhecer o resto do Nordeste”, “vou ensinar todo mundo a jogar dominó”. São mudanças muitas vezes simples para nós, mas é a partir delas que seguem para as metas mais alvissareiras. 


 

 

 

 
 
 

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