A omissão nos paralisa. Até quando?

Sinto-me omisso todas às vezes que fico paralisado diante de cenas como a registrada por mim, ontem à noite, na abertura dos festejos juninos do Estado de Sergipe na Orla da Atalaia, em Aracaju.

Ouvi alguém trabalhando e pedindo comida, mas paralisei. Esta mesma pessoa estava fedendo, porque não tinha local pra tomar banho, mas meu perfume abafou o mau cheiro dela. Observei tanta gente retirada do seu local de descanso pra minha diversão e ignorei. Vi pessoas tentando dormir nas calçadas, agora tomadas por uma multidão, e não as confortei. Sim, eu fiz pessoas sentirem-se invisíveis e calei.

Este é um dilema que me angústia diariamente, seja por incapacidade econômica, emocional ou mesmo social (sabe se lá como vão pensar se eu ajudar!). Sinto-me omisso, derrotado, quando incomodo-me pela chuva que desmonta meu "look", mas sou incapaz de fazer algo pra evitar que mais cenas como está continuem sendo vistas em nossas cidades.

Voltei pra casa, fiz um lanche, lavei minha ignorância e descansei. Uma coisa não consegui resolver: a minha omissão. Foi ela o motivo destas palavras.